segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Doces Recordações


Olá turma! Como é gostoso recordar o nosso tempo de criança e aluno. Os meus pais sempre me incentivaram muito à leitura, apesar deles só terem cursado o Ensino Fundamental I. Mas a minha grande inspiração para a leitura era a minha tia, ela lecionava a disciplina de Língua Portuguesa e me dava muitos livros. Ganhei a coleção inteira dos Contos de Fadas, li mais de uma vez cada um deles. Ela me levava na escola com ela, eu gostava de pegar os livros  e copiar as histórias. Desde então eu já falava que queria ser professora.
Mas um livro que marcou a minha infância foi: O Caso da Borboleta Atíria. Eu vivia toda a história, ficava imaginando a transformação da lagarta na linda borboleta e me imaginava naquele bosque. Fiquei encantada com a história, depois tivemos que entregar um resumo e também apresentar a história oralmente. A partir daí não parei mais de ler. Li muitos romances, suspenses como o Reverso da Medalha, O Outro Lado da Meia Noite. Era um atrás do outro. 
Para mim a leitura amplia e diversifica os conhecimentos, nos dá liberdade para sonharmos, nos leva à lugares imagináveis e fantásticos. Este leque de opções que a leitura me proporciona me faz uma pessoa diferente e com novas visões e opiniões.

-Margarete Constantino Rosa

Sonhos e livros


Olá amigos!!!
Ao ler e ouvir os depoimentos das personalidades e de alguns de meus colegas, pude me lembrar do início de meu processo de alfabetização. Em casa não havia muitos livros e o que me distraia eram as histórias de contos de fada que passavam na TV Cultura, nossa como eu gostava de assistir aos contos e me imaginar dentro deles, de tanto entusiasmo, eu queria escrever e desenhar minhas próprias estórias, o meu sonho era ter uma máquina de escrever para que eu pudesse produzir meus próprios livros. Lembro-me muito bem de uma maquininha de escrever que vi no centro da cidade quando passeava com minha mãe, nossa ela me encantou. Em algumas de suas teclas havia pequenas esculturas de ratinhos vestindo roupinhas, o que fazia toda a diferença e tornava tudo mais mágico. Eu queria muito aquela maquininha, pois, acreditava que ela faria com que eu me tornasse uma escritora, porém, minha mãe nunca pode comprá-la, pois era cara. Mas minha imaginação me ajudava muito a realizar meus sonhos de menina, mesmo sem a máquina, eu produzia meus livros, em folhas de cadernos velhos. Desenhava e coloria tudo, assim como os livros que eu via dos contos de fada. Eu sempre gostei muito de escrever, mesmo não sendo uma boa escritora, em minha adolescência continuei a escrever, só que nessa época o que me embalava eram os poemas, nesses até que eu levava jeito. ;) 

                                                                                           Por Priscila Dias

sábado, 20 de outubro de 2012

Aprender a ler e a escrever

É mesmo interessante lembrar o início de algo que parece já ter nascido com a gente. Minha mãe costumava dizer que aprender a ler e a escrever era como um milagre: íamos para a escola sem saber nada e voltávamos de lá escrevendo e lendo.

Como sou a caçula de três irmãos, comecei a frequentar a escola conhecendo letras, números, meu nome, entre outras coisas, porque os mais velhos me ensinavam, brincando, usando o material didático com o qual todas as crianças eram alfabetizadas: a cartilha Caminho Suave. Na escola, os textos repetitivos, que serviam como exercícios de fixação, já eram meus conhecidos.

Em casa, a leitura era algo comum, era mesmo uma das opções de lazer. Não se tinha dinheiro para gastar com livros novos, mas o vendedor ambulante que passava na porta de casa, aceitava o pagamento parcelado para a aquisição da enciclopédia Conhecer e da coleção do Sítio do Picapau Amarelo, ambos de capa vermelha com letras douradas, o que os tornavam sedutores aos meus olhos e aos de meus irmãos. Os deliciosos livros de Maurice Leblanc, Arsène Lupin, versão francesa do inglês Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle, também fizeram parte de minha formação leitora, não por escolha, mas, sim, porque não me importava por ler livros que outros já haviam lido.

Mais tarde, recebíamos em casa livros comprados pelo catálogo do Círculo do livro, os quais também eram vendidos por ambulantes e pagos em pequenas parcelas. Esses também fizeram parte da formação leitora de meus filhos, pois os tenho até hoje. Sem mencionar os gibis (com linguagem formalíssima, com exceção do quack!) do Tio Patinhas e Pato Donald e (os informais, perseguidos pelos professores) Mônica e Cebolinha...

É, já estão sentindo o cheirinho de naftalina, não é? Ok.

Mas, o importante disso tudo, é saber que posso influenciar outras pessoas a conhecer o mundo da leitura, o mesmo mundo que faz parte da minha vida, da vida da minha família, que nos une, que promove conversações infindáveis.

Assim, considero-me feliz por trabalhar apresentando esse caminho a muitos, mesmo que apenas alguns queiram trilhá-lo.

Claudia De Nardi Moraes

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

trouxeste a chave?



Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
 
 
Carlos Drummond de Andrade, in A procura da poesia